“Temos muito orgulho da Instituição, do seu trabalho e de todos quantos diariamente dão o seu contributo, os trabalhadores”

“Temos muito orgulho da Instituição, do seu trabalho e de todos quantos diariamente dão o seu contributo, os trabalhadores”

A nobreza de carácter de um povo traduz-se, entre outras, na forma como trata os seus idosos. E a nobreza da missão de uma instituição encontra convergência em igual forma de actuação. Há 42 anos a cuidar dos idosos e outros cidadãos desfavorecidos e respectivas famílias, a ARIFA - Associação de Reformados e Idoso da Freguesia de Amora, alargou, mais tarde, o seu leque de actuação ainda à primeira infância. Em tempos de pandemia, a instituição encontrou novas práticas na prestação dos cuidados e encontrou nos trabalhadores os melhores parceiros no processos de resiliência e sobrevivência da ARIFA.

Para perceber as fragilidades e potencial da ARIFA, nestes tempos desafiantes e na altura do seu aniversário (3 de Novembro) conversámos com Fernando Sousa, presidente da Direcção.

JFA – 42 anos de existência. Que balanço faz deste tempo de instituição e do seu trabalho na Freguesia de Amora?
FS – A ARIFA foi fundada em Novembro de 1979, os fundadores e dirigentes de então, tiveram a intenção de criar respostas sociais de apoio a idosos da Freguesia de Amora e Concelho do Seixal. Foi um trabalho de grande alcance pois, na altura, já estes dirigentes tinham a noção da necessidade de prestação de cuidados a quem deles necessita. Juntaram-se esforços e dinamizou-se a população para a construcção do equipamento “Lar de Idosos Nossa Senhora do Monte Sião” - em terreno cedido pela Câmara Municipal do Seixal - destinado a acolher 72 idosos. Foi importante a construção do equipamento, não só pelo seu objectivo, mas também por todo o trabalho e respostas sociais, que a partir do mesmo, foram sendo criadas, tais como: Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Dia e Projectos de Apoio Social; mas também pela criação de postos de trabalho e desenvolvimento da economia na Freguesia de Amora e Concelho do Seixal.
Assim sendo, a ARIFA, não só foi dando resposta aos carenciados, como foi consolidando o seu trabalho perante a Freguesia, Concelho e Distrito. Esta consolidação deu origem a outras respostas, como: a Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Recuperação (UCCI) e a Creche Baleia Amarela. Hoje a ARIFA é uma instituição integrada com respostas sociais, que vão desde a infância aos mais idosos, passando pela saúde e recuperação. Temos muito orgulho da Instituição, do seu trabalho e, de todos quantos, diariamente, dão o seu contributo: os trabalhadores. No entanto, nada seria possível se não tivesse havido o valioso apoio da Câmara Municipal do Seixal e da Junta de Freguesia de Amora.

JFA – A pandemia veio fragilizar situações já de si complicadas. Como têm conseguido dar resposta, nas vossas diversas valências, a quem continua a depender dos vossos serviços?
FS – A pandemia, que ninguém estava à espera, veio trazer à instituição vários constrangimentos e alterações à vida diária. Tivemos de encerrar várias das respostas sociais, nomeadamente: o Centro de Convívio, o Centro de Dia e a Creche Social, com os inconvenientes que daí advieram para os utentes e famílias. Foi necessário criar Planos de Contingência para as respostas sociais a funcionar (SAD – Serviço de Apoio Domiciliário, ERPI – Estrutura Residencial para Pessoas Idosas e UCCI – Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Recuperação).

JFA – Quais foram as alterações mais profundas que tiveram de encetar e quais as maiores dificuldades sentidas?
FS - Em continuada articulação com os utentes e suas famílias, fomos criando novas práticas na prestação dos cuidados, tendo criado novas práticas na prestação dos cuidados, tendo sempre presente as normas emanadas pela DGS, bem como toda a legislação (e foi muita), emitida pelos organismos oficiais.
No início da pandemia, houve momentos bastante complicados e com muitas situações dramáticas, valeu o esforço e empenho dos nossos trabalhadores, minimizando e ultrapassando-as. Sentimos que, em muitos momentos, estávamos sós e tínhamos de tomar decisões na defesa de quem está à nossa guarda e que, muitas vezes, não foram entendidas. No entanto, com rigor e coragem, temos caminhado até ao presente momento, sem que haja motivos de preocupação por qualquer contágio de surto epidemiológico nos utentes e colaboradores. É o nosso entender que nada vai ficar como era, mas temos confiança e esperança que tudo vai passar.

JFA – Quantos utentes ficaram sem resposta, devido aos constrangimentos decorrentes da pandemia ?
FS – As nossas respostas abrangem um total de 349 utentes. Ninguém ficou para trás, mesmo com o encerramento das respostas sociais – à qual foi a Instituição obrigada. Foram criadas respostas alternativas em articulação com os utentes e famílias e, em muitas situações, em que o suporte familiar é nulo e é indisponível, a Instituição esteve sempre presente. No entanto, algumas das respostas sociais ainda não reabriram, mais concretamente o Centro de Dia e de Convívio. No caso concreto do Centro de Dia, embora não haja normas de reabertura, vimos com muita dificuldade a reabertura do nosso por ser um Centro de Dia acoplado.

JFA – Que projectos têm para os próximos tempos?
FS - Esperamos que tudo isto termine para estarmos mais disponíveis para as necessidades institucionais. Os custos diários, dispararam vertiginosamente devido a tudo quanto é necessário para a protecção individual dos utentes, trabalhadores e equipamentos. As comparticipações devidas por acordos de cooperação com a segurança Social e Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, não têm acompanhado esta nova situação. Se já eram insuficientes, agora são muito mais. A nossa maior preocupação são as pessoas. Temos utentes fechados no equipamento desde o início da pandemia com a sua saúde mental a degradar-se, dia-a-dia. Temos utentes em Centro de Dia que querem regressar, mas não temos condições para voltar a recebê-los. Temos utentes em Centro de Convívio que querem voltar a conviver, mas não sabemos para quando. Temos muitas preocupações, mas também temos esperança e acreditamos que, com muita cautela, vamos voltar para todos quantos precisam e acreditam no nosso trabalho. Queremos continuar a acreditar que a ARIFA é e será sempre uma instituição de referência na Freguesia de Amora e Concelho do Seixal. E que assim será com o contributo de todos.

A ARIFA EM NÚMEROS:
- Centro de Convívio: 51
- Centro de Dia: 40
- Serviço de Apoio Domiciliário: 70
- ERPI – Lar de Idosos: 80
- UCCI: 30
- Creche Social: 78

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